segunda-feira, 18 de julho de 2011

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...
O telefone não toca
Não há nenhuma voz para ouvir
Não há roupas de outrem no armário
Não há cama desfeita        
Não há ninguém para esperar
Existe apenas o imenso vazio da solidão
Esse imenso buraco me engole
Essa lacuna na vida de quem ainda não foi feliz
E quem sabe, talvez nunca seja
Não, não, não
Não lute contra
Seria uma vitória sem glórias
O amor não existe
A felicidade também não
Há apenas o telefone silencioso
A cama arrumada
O armário com roupas conhecidas
O espaço
Enfim,
O mais completo nada

Um comentário:

  1. Acho que encontrei o seu caso, amiga: você é escritora.
    E escritores sofrem, inevitavelmente...
    Mas, também, são êxtase.
    Os seus, bem poucos, dão lugar ao alheio.
    Pois que a vida é fazer os outros
    sentirempensarem
    pensaremgostarem
    gostaremviverem
    E você... você escreve.
    E vivescrever não é fácil.

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