Dialogar é
sempre muito bom, conversar com alguém que conhece tão bem a alma feminina é o
melhor mimo que se pode ter depois de um dia cansativo de trabalho. Como não me
identificar com alguém que sou eu, se nem ao menos sei quem sou?
Meu amigo nada secreto me instigou pelos meandros da minha
psique, fez com que eu refletisse sobre os caminhos que escolhi na minha
existência, me fez descobrir que tive muito cuidado ao fantasiar minha vida
perfeita, que ergui longos muros em torno do meu castelo encantado que na
verdade não existe, ou ainda, existe dentro da minha cabeça, que infelizmente,
não compreende todo o mundo, não consegue sujeitá-lo aos meus anseios, mesmo os
mais primários.
Deixei-o, e voltei para casa com a feliz missão de transpor,
não seus conhecimentos, e sim, minhas impressões sobre o nosso diálogo, para
essa folha de papel. Eis-me aqui, em uma noite fria, com o coração alegre,
aquecido, fazendo o que melhor eu sei fazer.
Não apenas eu tenho esse privilégio, todos temos. A pergunta
é: até que ponto estamos dispostos a ouvir, a internalizar o que foi dito, a
ceder...?
Não é tão dramático quanto podem estar pensando, não se
trata de uma batalha, nem de uma luta insólita como foi a Guerra de Tróia, trata-se
muito possivelmente de um debate diplomático, em que sua mediadora é a sua
consciência, e a assinatura no final do contrato será a sua.
Amigo querido e amado, obrigada por tudo que jamais será
enumerado ou sequer pronunciado, levaremos nossos diálogos conosco, não para a
eternidade, apenas para o doce recanto do silêncio.
Amem
os seus amigos, porque eu amo o meu!!!!