365 dias
Depois de assistir ao filme “365 dias”, confirmei o que já sabia: que seria pura perda de tempo.
Pior ainda é chamar o longa de filme, peço perdão ao pessoal da filmagem.
Para início de conversa, ops, os diálogos são quase inexistentes, aquilo não tem história, só uma tentativa descarada de imitar a produção americana “50 tons de cinza”, que não comentarei aqui a fim de não cansar você, caro leitor.
Um narcotraficante milionário, uma mulher que está abrindo seu caminho rumo ao sucesso, num mundo machista e cheio de preconceitos, que acaba sequestrada por esse marginal e, ainda por cima se apaixona por ele.
A fim de “pegar” leve com os poloneses vou começar com um questionamento simples: desde quando a Síndrome de Estocolmo é sexy e romântica?
Todos os dias, mulheres reais, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, são feitas reféns por seus parceiros, vivem em cárcere privado e sofrendo diversos tipos de violência, a saber (fonte consultada no final do texto):
Violência física:” Entendida
como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.”
O protagonista agride a mocinha
fisicamente. Para aqueles que acham que apertar o pescoço e torcer o braço não
é nada, acho melhor repensar isso.
Violência psicológica: “É
considerada qualquer conduta que: cause dano emocional e diminuição da
autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.”
No filme, Massimo, o
protagonista, ameaça Laura, a moça sequestrada, o tempo todo, promete sua liberdade
depois de transcorridos os 365 dias, mata uma pessoa na presença dela, além de
mantê-la sob vigilância constante.
Violência sexual: “Trata-se
de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de
relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força.”
Ele toca em seu corpo em
várias cenas, sem o consentimento dela, inclusive em suas partes íntimas.
Violência moral: “É
considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.”
Massimo reclama
grosseiramente da maneira como a protagonista está vestida, além de deixar bem
claro para os seus cúmplices e inimigos que Laura é a sua nova propriedade.
Se tudo isso ainda não o
convenceu de que assistir esse filme é uma péssima ideia, vamos continuar.
O prazer não surge de um
corpo sarado e curvas voluptuosas, ele é mais profundo que isso. Ele nasce de
um olhar, de lábios molhados, sorrisos marotos, de um toque no lugar certo, do
arquejo, da pressão na medida certa e do seu ápice, do gozo em si.
O que eu vi, foram lindas
cenas de nudez, de um homem e uma mulher que configuram um arquétipo construído
pela nossa sociedade decadente.
Todos nós podemos produzir
e sentir prazer como aquele, basta querer, sozinhos ou acompanhados.
Rsrsrsrsrsrsrs
Fonte consultada: https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/tipos-de-violencia.html,
acesso em 05/12/2020