sábado, 5 de dezembro de 2020

365 dias

365 dias

Depois de assistir ao filme “365 dias”, confirmei o que já sabia:  que seria pura  perda de tempo.

Pior ainda é chamar o longa de filme, peço perdão ao pessoal da filmagem.

Para início de conversa, ops, os diálogos são quase inexistentes, aquilo não tem história, só uma tentativa descarada de imitar a produção americana “50 tons de cinza”, que não comentarei aqui a fim de não cansar você, caro leitor.

Um narcotraficante milionário, uma mulher que está abrindo seu caminho rumo ao sucesso, num mundo machista e cheio de preconceitos, que acaba sequestrada por esse marginal e, ainda por cima se apaixona por ele.

A fim de “pegar” leve com os poloneses vou começar com um questionamento simples: desde quando a Síndrome de Estocolmo é sexy e romântica?

Todos os dias, mulheres reais, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, são feitas reféns por seus parceiros, vivem em cárcere privado e sofrendo diversos tipos de violência, a saber (fonte consultada no final do texto):

Violência física:” Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.

O protagonista agride a mocinha fisicamente. Para aqueles que acham que apertar o pescoço e torcer o braço não é nada, acho melhor repensar isso.

Violência psicológica: “É considerada qualquer conduta que: cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.

No filme, Massimo, o protagonista, ameaça Laura, a moça sequestrada, o tempo todo, promete sua liberdade depois de transcorridos os 365 dias, mata uma pessoa na presença dela, além de mantê-la sob vigilância constante.

Violência sexual: “Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

Ele toca em seu corpo em várias cenas, sem o consentimento dela, inclusive em suas partes íntimas.

Violência moral: “É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Massimo reclama grosseiramente da maneira como a protagonista está vestida, além de deixar bem claro para os seus cúmplices e inimigos que Laura é a sua nova propriedade.

Se tudo isso ainda não o convenceu de que assistir esse filme é uma péssima ideia, vamos continuar.

O prazer não surge de um corpo sarado e curvas voluptuosas, ele é mais profundo que isso. Ele nasce de um olhar, de lábios molhados, sorrisos marotos, de um toque no lugar certo, do arquejo, da pressão na medida certa e do seu ápice, do gozo em si.

O que eu vi, foram lindas cenas de nudez, de um homem e uma mulher que configuram um arquétipo construído pela nossa sociedade decadente.

Todos nós podemos produzir e sentir prazer como aquele, basta querer, sozinhos ou acompanhados. Rsrsrsrsrsrsrs

 

Fonte consultada: https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/tipos-de-violencia.html, acesso em 05/12/2020