Já disseram que sou como uma corda tensa de um violão, fiquei lisonjeada, porque se a corda estivesse frouxa não sairia o som harmonioso que sai de um violão.
A tensão em que
estou e que na verdade faz parte de mim, é derivada se uma série de
acontecimentos que não devem ser explicados, até porque sozinhos levariam a
lugar algum, ou a conclusões errôneas, como a que se tentou dar com a metáfora
citada acima.
Na verdade ainda
estou em construção...
Gosto dessa
ideia, isso é sinal de que estou viva, porque se não estiver aberta para
receber as influências do meio e do mundo estaria sendo afetada, pretensa e
mais alguns adjetivos que não me ocorrem agora, ou talvez ocorram e eu não
queira usar.
Enfim, já se
questionaram sobre quem vocês são, ou para onde vão, ou qual o seu papel no
mundo? Imagino que uma infinidade de vezes. Chegaram a alguma resposta? Mais
uma vez recorro a minha imaginação fértil para responder: não.
Sabe por que não
chegaram a uma resposta? Talvez porque seja um enigma para o final da vida e,
não, para o decorrer dela.
Se já soubessem
o que são, para onde vão ou o que devem fazer durante essa existência, teriam
que admitir um certo determinismo, que não existe a possibilidade de se
reinventar, ou simplesmente de deixar o barco correr, até porque ele não
estaria a deriva, mas os levaria a um lugar certo.
Correndo o risco
de fazer com que o meu raciocínio pareça ser circular, voltamos ao início:
corda tensa de um instrumento musical. Ela não produzirá o mesmo som caso seja
tocada em lugares e formas diferentes, assim como jamais poderíamos ter
certezas e sairmos incólumes delas.
As incertezas
são elementos de construção, dá-nos um poder de decisão, esquerda ou direita,
reta ou curva, enquanto as certezas deixam tudo cartesiano demais, logo,
maçante.
Jamais seremos
maçantes, porque não temos verdades absolutas em nossas vidas, com exceção
daquelas que a matemática comprovou.
Observação: caso
tenha alguma verdade absoluta dentro de você, cuidado, guarde-a até que a
comprove ou, o mais provável, que descubra estar errado.
E a vida, como
fica?
Seguindo como um
rio sereno, cheia de segredos os quais você não descobrirá, apenas se banhará
nesse rio e ficará feliz em deixar a água secar no seu corpo, de sentir o
frescor que ela lhe trará, imerso na vida ou com respingos dela ainda estamos
sujeitos a mudanças e descobertas.