terça-feira, 7 de maio de 2013

Tentáculos


Em que momento da vida nos perdemos dentro de alguém de tal maneira que mal conseguimos voltar para nós mesmos? Quando é que nos entregamos tanto a ponto de não saber mais quem somos?
         Estamos tão acostumados a estar juntos que não sabemos o que fazer nos nossos momentos de solidão, nos momentos em que o outro também quer estar só.  Somos invadidos por pensamentos pequenos e mesquinhos, nos sentimos rejeitados.
         Aceitar que dois corpos não se fundem, como nosso romantismo gostaria, é difícil, mais difícil ainda é perceber que também queremos ter nosso espaço, que também queremos ser um pouco livres. Conceder ao outro o que temos e queremos, mais ainda, que isso é natural, é maravilhoso.
         Caríssimos, deixem de lado, pelo bem geral da relação (não pude me conter, tinha de fazer esse trocadilho barato com “o bem geral da nação” rs) algumas ideologias, como a de que se o companheiro/a te ama de verdade ele/a, quer ficar com você em tempo integral, caso insistam nisso, tenho algo a lhes mostrar.
         Coloque 200 ml de água em um copo, redondo, repita a mesma operação em um copo quadrado, por fim, use um belo copo enviesado. Perceberão que os mesmos 200 ml de água continuam lá, mas em formatos diferentes.
         Pode-se exercer poder sobre o outro, claro, mas ele encontrará uma maneira de se adaptar a isso sem sofrer perdas, pode acabar encontrando outra pessoa que o compreenda sem que com isso tenha que romper o laço que o une ao ser amado, porém dominador.
         A menos que se queira passar por essa difícil situação, é bom rever alguns conceitos.

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