Em uma taça, o despejo
Imediatamente o levo à boca
Não o bebo
Deixe que fique ali, encostado,
me tocando
Abro milimetricamente meus lábios
Ele se insere em mim, me explora
Coloca cores na minha face
Pouso a taça na mesa
Vermelho, impetuoso, sedutor
Toco a haste fina
Mais um movimento e novamente ele
está dentro de mim
Ardente, seco, volúvel
Permito que me explore
Calor, ele me aquece
Não posso fazer nada, estou
indefesa
Não me ressinto das sensações
Elas são fortes, intensas, reais
Meu corpo é apenas uma marionete
passiva
Não reaja, permita!
Sou servil
Abro a boca
Nenhum som ecoa pelas paredes
brancas
Fecho-a novamente, juntamente com meus olhos
Onde será que ele está?
Ainda me descobrindo
Mergulho
Encontro algo
“La petit de morte”
Para apreciadores de vinho e de vida como eu.
ResponderExcluirAdorei parabéns continue sempre escrevendo não pare jamais. beijos do seu GFM
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