terça-feira, 3 de julho de 2012

Eclipse sem fim


Nas horas mortas do dia
Em que o único som existente
São as batidas do meu coração
Sinto medo, dor, saudade
Sem explicação, me sinto viva
VIVA
O sangue espesso e viscoso
Percorre áreas do meu corpo
Que eu sequer conheço
Como então saber quem eu sou?
Continuo observando
Sinto vibrações
A máquina continua funcionando...
Autômata
Sou controlada por ela
Sou feliz por isso
Pronuncio essa palavra aos pouquinhos
FELIZ
O som sibilante da última consoante
 Ecoa nos meus ouvidos
Parece estranhamente forte
Volto ao início de tudo
Como o momento da criação
O nada
Encontro o coração
Ele bate, reage aos mais diversos maus tratos
Digo a ele que se acalme
Vou parar de fazê-lo sofrer
SILÊNCIO
Ele está cansado... parou
Não me assusto
ACABOU

2 comentários:

  1. Maravilhoso esse texto! Pegada quase orgânica e visceral. Amei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!11

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